quinta-feira, junho 04, 2009

VIDA

Foto da Wikipédia - Orquídea



Liliana, de manhã cedo, quando o tempo estava bom, saía para fazer a sua meditação ao ar livre.
Havia um sítio que em especial a atraía. Era um recanto, em semi-círculo, a meio de uma colina.
Tinha uma vista fantástica e estava bordejado de flores.

Para além da meditação, do apaziguamento, da vista, do colorido e aromático sítio, ou talvez como resultado de tudo isso, Liliana, sentia-se plena de gratidão para com a Vida.

Inspirada, abriu os seus braços e disse :

Vida que És,
Sê em mim
Completamente.

Enche-me de Ti
E cumpre-Te
Plenamente.

Como o Oceano,
Que é a expressão máxima
Da água.

Como o espaço,
Que é a expressão máxima
Do firmamento.

Como o incêndio,
Que é a expressão máxima
Do fogo.

Como a eternidade,
Que é a expressão máxima
Do tempo.

Sê,
Para que possa rever-me
Neste sonho
E
Sorrir de me sonhar,
Assim,
Contente.


Já a caminho da sua gruta, Liliana questionava-se:
Como partilhar estes estados de profunda entrega mística à Vida?

Por um lado eram-lhe gratificantes e suficientes, mas por outro seria uma alegria maior se outros pudessem usufruir de semelhante bem-estar.

E continuava:
Partilhar, é vir a correr, como criança, contar aos outros a novidade, pois que então não se duvida que eles são partes de nós...

Que dia fantástico...murmurava ainda ao chegar à sua gruta.


Lisboa, 3 de Junho de 2009

13 comentários:

Luna disse...

Se todos nós entendesse-mos o universo uno com nós próprios, se nos se sentisse-mos que somos partículas do Cosmos, talvez não destruísse-mos a Terra pois ela somos nós.

Namastê

chica disse...

Que maravilha esse falar de Liliana que ao abrir os braços deixa vir pra fora tudo que sente em seu peito...Lindo,Liliana!!beijos,chica

CarlaSofia disse...

Fantástico texto querida Liliana. A vida corre em ti e está em ti... e não duvides que partilhas aqui... comigo esta novidade!
beijinhos***
~universosquestionáveis~

Lília Abreu disse...

Emocionei-me com a tua partilha.
E a expressão "partilhar é vir a correr, como uma criança, contar aos outros as novidades"
Acima de tudo, com o teu poema, "SENTIMOS". Com a mesma emoção ds crianças!
Bom domingo, minha querida
Lília

Maria Clarinda disse...

Lindo!!! Queria estar com Liliana. Jinhos muitos

Isabel José António disse...

Querida Liliana,

Como sempre, maravilha-nos com as suas excelentes histórias e belas poesias! Fico muito feliz que de vez em quando venha por esta forma partilhar com todos as suas sabedorias e memórias e imaginações.

Um abraço,

Isabel

Anónimo disse...

Olá Multiolhares.

Tens toda a razão. Só é preciso reconhecer que somos filhos da Mãe Terra e do Pai Céu.
Nós, somos os Filhos, os Cristos, que precisam nascer dentro de nós.

Namastê

Anónimo disse...

Oi, Chica.

Pois hoje abro meus braços para receber no meu peito e dele mandar um abraço que atravesse o Atlântico.

Anónimo disse...

Olá Carla Sofia.

É bom ver-te activa e presente de novo.
Que bom que gostastes.

Um abraço cheio de energia que te anime ainda mais.

Anónimo disse...

Olá Dulcineia.

Você é uma criança grande, ainda por cima bem disposta e que anima toda a gente...
Uma boa semana e um abraço grande para todos lá no Arco-Iris.

Anónimo disse...

Olá Maria Clarinda.

Estamos todos juntos, basta deixarmo-nos sentir, basta pensar...

Jinhos

Anónimo disse...

Olá Isabel José António.

Também fico feliz de os ver por aqui pela Cidade.
Quanto a partilhar com todos, nisso vocês são exímios e uns belos professores.

Um abraço

Oliva Campos disse...

Olá Liliana!

Não sei se o interior da gruta da "pequena" Liliana é iluminado por algum archote, fogueira ou lamparina de azeite; não será decerto por uma lâmpada de néon. Mas essa previsível falta de luz no interior da gruta será compensada pela fonte de luz interior que existirá dentro de Liliana. Essa luz interior de Liliana permite que tudo ela vislumbre. Ela de olhos fechados poderá ver tudo: desde a beleza em bruto das paredes da sua gruta à beleza refinada, sublime e subtil das paisagens que ela respira quando, no exterior, visita a colina. Mas ela, é de olhos bem abertos (olhos enraizados no coração), que contempla toda a criação divina. Assim, acrescenta à sua luz interior a luz exterior (a luz do sol). Toda a beleza assim se lhe apresenta redobrada...mais transcendente.

Abraço.

O Cisne e a Sereia